29 jun Pianos digitais – Veja como surgiram e suas vantagens
A necessidade por atender a músicos em relação à amplificação e à portabilidade de seus instrumentos levou ao desenvolvimento dos pianos digitais, alternativa que vem ganhando adeptos dos mais variados estilos
O piano talvez seja o instrumento acústico de maior potência sonora, perdendo apenas para o órgão de tubos. Com volume suficiente para preencher um teatro com seu som, é utilizado tanto na execução de peças eruditas quanto no jazz e na música popular em geral.
Mas nem sempre possível para o pianista levar seu próprio instrumento onde quer que vá tocar. Além de trabalhoso e dispendioso, o transporte de um piano acústico deve ser realizado por pessoal especializado, para que não sofra nenhum dano ou avaria.
E é necessário afiná-lo ao chegar ao local, processo demorado que também depende de um profissional experiente, nem sempre disponível. Por conta disso, a maioria dos bons teatros e casas de espetáculo possuem pianos, embora nem todos em condições perfeitas de uso. E se hoje os músicos já sofrem com a falta de estrutura em alguns locais, pode-se imaginar como era a situação no passado.
Durante os séculos 17 e 18, as longas viagens entre os centros culturais da Europa nem sempre permitiam que o pianista mantivesse sua técnica, já que não havia como estudar. Sendo assim, foram construídos pequenos teclados portáteis, mudos, para a prática. Durante a segunda guerra mundial, foram desenvolvidos instrumentos de teclas para auxiliar na recuperação de soldados vindos dos campos de batalha.
Eram equipamentos simples, que utilizavam peças de metal no lugar das cordas. Os bem-sucedidos modelos de pianos elétricos lançados no mercado a partir de então apontavam na direção da amplificação desses instrumentos, embora sem a coloração tonal característica dos pianos acústicos, mas com timbre próprio.
Com a chegada do rock and roll e o aumento do número de instrumentos eletrificados como guitarras e contrabaixos nos grupos, além da quantidade de pessoas nas plateias, a sonoridade do piano acústico por vezes ficava obscurecida ou demandava grande trabalho para sua amplificação, envolvendo microfonação e profundo conhecimento por parte de profissionais gabaritados, nem sempre disponíveis.
O surgimento dos Pianos digitais e suas vantagens
O avanço da tecnologia e das técnicas de sampleamento – em que o som de cada nota é amostrado e digitalizado – aliadas à capacidade cada vez maior de chips de memória em conjunto à diminuição do custo desses elementos, permitiu a criação de instrumentos que reproduzissem o timbre do piano acústico em equipamentos portáteis, com amplificação própria ou saídas de áudio dedicadas para amplificação, além de teclado com resposta idêntica à dos tradicionais.
Estavam criados os pianos digitais, alternativa para aqueles que precisam de portabilidade e facilidade de amplificação, mas com timbre e teclado extremamente similares aos acústicos.
Com o desenvolvimento de técnicas de amostragem cada vez mais precisas, com resultados extremamente fiéis à sonoridade do instrumento original, os pianos digitais ganharam a capacidade de reproduzir timbres variados, que atendem às necessidades de uma ampla gama de músicos, dos mais diferentes gêneros e estilos.
A adição de mais recursos tecnológicos a esses instrumentos acabou por transformá-los, também, em ótimos auxiliares tanto para o estudo e o uso em escolas quanto para o trabalho em estúdios, por conta da capacidade de alteração de timbres e de controle de outras fontes sonoras.
Além disso, os pianos digitais tornaram-se uma opção viável para aqueles que necessitam usá-lo durante a noite, sem incomodar vizinhos, ou possuam pouco espaço para um instrumento acústico. Ao lado dos pianos acústicos, portanto, os digitais passaram a ser mais uma ferramenta a ser utilizada pelos músicos, de acordo com as necessidades e as condições de uso que se impõem.